José Serra, a história e realizações o faz o candidato mais preparado e competente a Presidência da República

Julia Duailibi e Christiane Samarco - O Estado de S.Paulo
O "candidato do conflito", que conquistou o direito de disputar a Presidência e fazer a sua nona campanha eleitoral, ficou nas urnas de 2002. O José Serra de 2010 é outro: em vez de trabalhar no confronto para fazer maioria, e dar a largada em meio a um racha partidário, ele quebrou o isolamento político, aprendeu a fisgar aliados e firmou-se como candidato natural da oposição.

Da derrota de 2002 para cá, São Paulo foi para Serra - com as passagens pela prefeitura da cidade e o governo do Estado - o laboratório da articulação política. Ao juntar PSDB, DEM, PMDB, PTB e PPS, ele encontrou a fórmula para não permitir que outro tucano de Minas, com fama de "político agregador", furasse a fila do PSDB e lhe tomasse a preferência na corrida presidencial.

O ex-governador Aécio Neves bem que tentou virar pré-candidato. Por um tempo, o mineiro se convenceu de que, independentemente da posição na fila, sua melhor hora era agora. Serra bateu o pé, exibiu resiliência e, escudado num cacife médio de 35% de intenções de voto, foi criando o consenso de que desta vez, mais do que em 2002, a hora é dele. Convenceu a ele mesmo de que há espaço para disputar votos porque "Dilma não é Lula" e "o eleitor olhará mais para o futuro do que para o passado."

A esperança do tucanato de Minas era que voltasse à cena o "Serra brigão" de 2002, que se lançou rompido com concorrentes como o ex-ministro da Educação Paulo Renato e o hoje senador Tasso Jereissati (CE). O então PFL, sempre aliado da gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), também se dividiu oito anos atrás e ficou entre Serra, Ciro e o próprio Lula.

As últimas esperanças nas hostes mineiras de Aécio passaram pela ideia de que Serra, diante da popularidade de Lula - mais de 80% de aprovação - e de um relacionamento sempre tenso com Geraldo Alckmin, poderia optar pela reeleição fácil ao governo do Estado. Ao montar a arquitetura da eleição para a prefeitura de São Paulo, em 2004, e, depois, na disputa ao governo do Estado, em 2006, Serra deu um cavalo de pau no jeito de se relacionar com os aliados.

Para deixar o governo do Estado sem sobressaltos, Serra escolheu a dedo o seu vice, Alberto Goldman, um político que lhe garante lealdade absoluta. Mais do que uma campanha tranquila, a chapa puro-sangue para governador foi uma das vitórias que reforçaram o primeiro lugar na fila dos candidatos do PSDB: Serra é o único governador de São Paulo eleito em primeiro turno na história política do Estado. Isso, depois de ter vencido o PT de Marta Suplicy na briga pela prefeitura da capital.

Dois anos mais tarde, o apoio ao projeto vitorioso de reeleição de seu vice na prefeitura paulistana acabou lhe valendo a consolidação da candidatura entre parceiros do DEM, do PTB e dissidentes do PMDB. Depois de engolir o vice imposto pelo DEM, ele assimilou o companheiro de chapa de um jeito que Gilberto Kassab se tornou um dos principais articuladores de sua marcha rumo ao Palácio do Planalto.

Feita a parceria com Kassab, veio o primeiro grande lance do "novo Serra": ele levou o até então desafeto Geraldo Alckmin para seu campo. Sem espaço político depois da derrota para o DEM na prefeitura, Alckmin foi convidado por Serra para ser seu secretário de Desenvolvimento. Com a jogada, impediu que o ex-governador consumasse o flerte com Aécio Neves e migrasse para o projeto presidencial do concorrente.
O ato uniu a cozinha de Serra: o PSDB paulista fechou com ele, em peso, no projeto presidencial. Também tratou de se aproximar de Tasso Jereissati e trouxe Paulo Renato Souza para o governo paulista - o ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso passou a dirigir a Secretaria de Educação paulista.

No governo do Estado, também fortaleceu o jogo com a rede de prefeitos, aumentando os convênios com os governos municipais. Pela atuação do outro grande aliado, o secretário-chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, o Estado repassou verbas para prefeitos de partidos de oposição, o que lhe valeu a simpatia de boa parte da classe política. A missão dada a Aloysio teve outra serventia, a de mostrar que ele não é centralizador. Ao deixar o governo, duas semanas atrás, Serra fez questão de dizer que é "um monitor, mas não um centralizador".

Palanques. Embora tenha deixado claro que o governo de São Paulo estava em primeiro lugar, exercendo o cargo até o último dia do prazo legal, Serra não descuidou de outras praças, Brasil afora, sempre mirando a campanha presidencial. Ao mesmo tempo em que se dizia dotado de "nervos de aço" para resistir à pressão dos aliados que queriam antecipar o lançamento da candidatura, ele passou a articular pessoalmente os palanques regionais.

Convocou líderes tucanos e de outros partidos para montar alianças estaduais e arrumar a casa. Evitou, assim, o fantasma de 2006, quando a campanha presidencial de Alckmin naufragou, em grande parte, pela ausência de palanques e com aliados se engalfinhando em disputas regionais. Foi Serra quem articulou, por exemplo, o apoio à candidatura de Paulo Souto (DEM) ao governo baiano.

Desde o ano passado, Serra também trabalhou para ampliar sua inserção em redutos tipicamente lulistas, especialmente no Nordeste, onde é conhecido pela boa gestão à frente do Ministério da Saúde. Além de uma série de viagens à região, Serra fez duas rodadas de entrevistas em rádios com alcance popular.

Popular. De olho no público de baixa renda, Serra também investiu na comunicação popular. Participou de todos os principais programas de auditório da TV brasileira, como os de Hebe Camargo, Luciana Gimenez, Ratinho e José Luiz Datena, para quem, surpreendentemente acabou anunciando a intenção de concorrer ao Planalto.

Durante seu governo, Serra foi pragmático na relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, consequentemente, com Dilma Rousseff. Protegeu o Estado de suas pretensões eleitorais, ao mesmo tempo em que amarrou uma operação de venda do banco estadual ao Banco do Brasil, o que lhe valeu mais R$ 5 bilhões para investir pesado na infra estrutura. Outro exemplo de parceria bem-sucedida com o governo federal é o Rodoanel, em que a União entrou com um quarto dos R$ 6 bilhões investidos.

Autor: Julia Duailibi e Christiane Samarco - Fonte:  O Estado de S.Paulo

José Serra lança campanha encontrando com eleitores nas ruas da bela Curitiba

Ele quer recolher o vigor, as opiniões e o carinho das pessoas por todo o Brasil

 


 José Serra e Beto Richa no encontro com a população de curitiba

 Começou a campanha rumo as eleições 2010 em 3 de outubro -  O candidato do PSDB, José Serra, lançou hoje sua campanha à Presidência da República, dizendo que ela será feita à base do "corpo a corpo espontâneo, recolhendo o vigor, as opiniões e o carinho das pessoas por todo o Brasil. Nem todos os candidatos fazem campanha assim". Serra subiu na escada de um fotógrafo, pegou um megafone e completou: "Saio daqui com muito mais energia do que quando cheguei. E não era pouca".

Ele disse que seu desejo é debater com cada um dos candidatos e que é preciso estimulá-los a fazer isso. "Se quiser, ponham cada um dos candidatos numa gaiola de vidro, mas é preciso que se tenha o contraditório", afirmou o candidato do PSB.

José Serra contou que ficou estarrecido ao saber que a candidata do PT, Dilma Rousseff, se recusou a responder à seguinte pergunta do jornal O Globo: "Por que você quer ser presidente da República?"

Na caminhada pela rua das Flores, da Praça Santos Andrade até a Boca Maldita, Serra distribuiu cumprimentos e abraços aos eleitores na companhia dos candidatos ao governo do estado, Beto Richa, a vice, Flávio Arns, e ao Senado, Gustavo Fruet e Ricardo Barros. Serra disse que eles e os candidatos a deputado estadual e federal vão ser "os peões da batalha".

"Se o Paraná pode mais, o Brasil vai poder mais com a ajuda do Paraná", afirmou Serra.

Fonte: Assessoria

Eleição 2010: PSDB quer que Serra assuma já que é o candidato

A cúpula do PSDB quer que o governador de São Paulo, José Serra, assuma de vez a candidatura presidencial, como parte da estratégia para ver se, depois de vitaminado pelas inserções do partido no rádio e na TV, ele pode recuperar as intenções de voto que já perdeu e superar o teto exibido nas últimas pesquisas. O PSDB tem um volume grande de inserções para exibir em rede nacional e nos Estados a partir de outubro e não quer desperdiçar o palanque disseminando dúvidas.



Para pressionar Serra a tomar uma decisão, o comando tucano tem defendido a posição de que "mostrar dois candidatos na televisão é o mesmo que não mostrar nenhum". A ideia é, sem esconder líderes nacionais, como o governador Aécio Neves (MG), fazer de Serra o personagem central dos próximos programas. Serra, que já teve 42% das intenções de voto (CNT-Sensus de agosto), apareceu com 35% das intenções na última pesquisa CNI-Ibope, divulgada na terça-feira passada.



Com o processo sucessório em curso, as articulações para compor palanques e coligações Brasil afora começaram e a indefinição prejudica o PSDB. Os negociadores dos demais partidos se recusam a tratar de alianças com dirigentes tucanos. Perguntam se o PSDB vai optar por Serra ou se há chances de o escolhido ser o governador mineiro, porque querem negociar com o presidenciável, não com uma possibilidade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Serra e Aécio ampliam aliança para 2010

Um será o plano B do outro, diz tucano paulista

O governador de Sâo Paulo, José Serra e o de Minas Gerais, Aécio Neves, tornaram esta semana ainda mais amplo o compromisso firmado entre os dois com vistas à escolha, pelo PSDB, do candidato do partido às eleições presidenciais do ano que vem.


Ambos declararam que o candidato escolhido terá como "primeiro apoiador" aquele que não obtiver a indicação. "O Aécio é o meu plano B e eu sou o Plano B do Aécio. Infelizes são os que não têm plano B", disse Serra durante encontro com mais de cem prefeito no Palácio do Bandeirantes na última terça-feira.


Para o governador Aécio Neves, o PSDB vive uma realidade que outros partidos gostariam de ter: nomes à candidatura presidencial com perfis diferentes mas com objetivos iguais. "Temos apenas uma certeza, vamos estar juntos em 2010", afirmou o tucano.


A similaridade de opinião entre os dois governadores também alcança a forma com que o partido deve escolher o candidato. Ambos não excluem a realização de prévias nem o uso de pesquisas de intenção de voto para nortear a decisão do partido. Para eles, o mais importante é a decisão de um apoiar o outro.


Os dois governadores estiveram juntos esta semana em São Paulo, durante a inauguração da Casa de Minas na capital paulista e num almoço na sede do governo.


Fonte: Agência Tucana com agências

Pressão do PSDB para que Serra se declare candidato o deixa chateado


O governador José Serra e parcela do PSDB estão em dissonância. Diante dos frequentes rumores de que Serra venha a desistir da corrida presidencial, o comando do PSDB insiste em que se comporte como candidato, ainda que sem se declarar. Serra, por sua vez, tem reclamado da pressão.

O próprio presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), tem sugerido que Serra se exponha mais. Segundo ele, um comportamento mais tímido "dá fundamento à ideia de que ele [Serra] possa desistir".

No partido, o argumento de Guerra começa a ganhar adeptos. Amigo de Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem consultado tucanos sobre a eficácia da estratégia de Serra.

Serra alega que não pretende se transformar em alvo precocemente. Daí, a disposição de se manifestar apenas em 2010. Isso pavimenta, porém, a movimentação do governador de Minas Gerais, Aécio Neves.

Na quinta-feira, em almoço com o comando do DEM, Aécio lembrou que o próprio Serra tem repetido que não está decidido a concorrer à Presidência. Na conversa, Aécio descartou a possibilidade de ser vice de Serra, defendeu que a decisão seja tomada ainda este ano e até listou as vantagens de sua candidatura em comparação à do governador de São Paulo.

Segundo democratas, Aécio afirmou que tem melhor desempenho em Minas e no Rio de Janeiro. De acordo com eles, Aécio disse ter maior potencial de crescimento no Norte e Nordeste.

Para o Sul, a avaliação é de que o PSDB será vitorioso qualquer que seja o candidato. Sua performance em São Paulo dependeria do apoio de Serra a sua candidatura.

No almoço, Aécio citou a possibilidade de atrair PV, PDT e PR como outro trunfo. Ele disse, porém, que tentará compatibilizar sua agenda de viagens à de Serra, priorizando as atividades partidárias.

Os democratas cogitaram abrir mão da figura de vice na chapa pela Presidência em favor de uma puro-sangue, ideia rechaçada por Aécio.

Entre os serristas, o argumento é de que a assunção da candidatura contaminaria a relação com Aécio, cortejado para vice.

Os aliados de Serra temem, porém, que, somada às dificuldades para construção de palanques, a pressão do PSDB acabe desgastando a relação com o governador.

Serra -que hesitou minutos antes de anunciar sua saída da prefeitura para concorrer ao governo- tem manifestado inquietação com a falta de mobilização do partido. Não é à toa que, para afastar risco de desistência, o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, chega a ironizar. "Serra vai desistir da candidatura porque recebeu uma proposta irrecusável. Integrar o movimento Hare Krishna". (CS)

Serra cria corregedoria anticorrupção

Orlando Brito
Foto
José Serra
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), instalou uma corregedoria com poderes extraordinários para rastrear e combater desvios, corrupção, improbidade e enriquecimento na administração pública. Vinculada à estrutura da Casa Civil, a Corregedoria Geral da Administração recebeu mais atribuições, competências e alargou suas áreas de atuação. A corregedoria pode inspecionar as contas de “qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos”.

Fonte: www.claudiohumberto.com.br

Prévia no PSDB

Aécio Neves, governador de Minas Gerais, deu uma espécie de ultimato ao PSDB nacional: quer a definição do modelo de prévia para escolha do candidato a presidente da República pelo partido até o dia 30 de março, “nem um dia a mais”. Se não ocorrer, ele se consideraria “liberado”.


Esse liberado tem muitos significados. Pode provocar uma dissidência no partido ou cruzar os braços na eleição para presidente. Ou criar um novo partido aproveitando os descontentes no PMDB, PSDB e outras siglas. Ou ainda, por se sentir discriminado no partido, se filiar a outro e ser candidato à presidência em 2010.


A posição do Aécio veio depois da entrevista de FHC em que disse que é a favor da prévia, mas que ela é difícil de ser feita na prática. Aécio entendeu como um apoio indireto ao Serra. Posicionou-se de público e vai provocar desassossego no PSDB. Diferente do que pensam alguns no PSDB, a prévia une. Sem ela pode ocorrer o contrário.


Por que não realizar a prévia? O PSDB está reclamando da campanha antecipada lançada pela Dilma Roussef. Com as prévias o partido preencheria a agenda eleitoral no país por longo tempo. Colocaria a mídia para falar somente nas prévias.


Os debates seriam em todo o território nacional nos quais os candidatos Serra e Aécio compareceriam e colocavam suas idéias. Seria uma novidade na política nacional e atrairia a atenção do eleitor para uma nova prática na política partidária. Seria até uma atrativa bandeira para ser usada na campanha do ano que vem.


Acredito que o Serra ganha a prévia. Tem hoje a maior parte dos diretórios do PSDB com ele. Com isso, mataria a dissidência do Aécio e o teria como forte eleitor em Minas. Se o Aécio ganhar, Serra pode sair candidato ao governo de S. Paulo, coisa que o Aécio não pode mais em Minas.


Ter o Aécio e Minas Gerais amuados e insatisfeitos com a atuação de São Paulo não seria boa coisa para a candidatura Serra à presidência. Para ele ter sucesso tem que ter apoio da maior parte dos dois maiores colégios eleitorais do país.


O que o Serra perde em participar de uma prévia? Talvez seja hoje o brasileiro mais preparado para ser presidente do país. Foi deputado federal, senador, ministro, prefeito e governador, além de formação acadêmica sólida.


O problema do Serra é a falta de carisma. Talvez seja nisso que o Aécio esteja jogando. Alguém escreveu que após o estilo Lula, o brasileiro não aceitará mais um presidente ou candidato a presidente que não se comunique. Não é ser um novo Lula, mas terá que “conversar” mais com o povo.


Aécio tem mais empatia que o Serra. Sua atuação deve ser mais palatável que a do Serra. Se ocorrer, poderia ainda ganhar a mídia e isso influenciar a disputa interna. Tem outro trunfo: mostrar aos eleitores na prévia que o PSDB não é só S. Paulo.


A maior parte do povo brasileiro se mostrou simpático ao modelo norte americano que ajudou Barack Obama ser escolhido candidato do partido Democrata nos EUA. Assistimos aqui a disputa ali como se fosse em casa. Se o PSDB levar aquele estilo para o partido e, indiretamente, ao povo do país pode estar abrindo uma avenida eleitoral que ninguém preencheu até agora. Um espaço para que vença o mais apetrechado.


Autor: Alfredo da Mota Menezes Email: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com

© 2008 Por *Templates para Você*